terça-feira, 26 de outubro de 2010

Açores II : Entra em acção - Touradas não devem ser património imaterial da humanidade

NÃO ÀS TOURADAS COMO PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo candidatou a Festa Brava da Terceira como Património Imaterial da Humanidade. Se não está de acordo, proteste enviando o texto abaixo, ou um original, para os seguintes endereços:
bpi@unesco.org
cnu@unesco.pt
manuela.galhardo@unesco.p
drac.info@azores.gov.pt
bcc: acoresmelhores@gmail.com

Exma Senhora Irina Bokova, Directora Geral da UNESCO
Exmo Senhor Sr. Fernando Andresen Guimarães, Presidente da Comissão Nacional da UNESCO
Ex.ma. Sra. Manuela Galhardo, Secretária Executiva da Comissão Nacional da UNESCO
Exmo. Sr. Jorge Augusto Paulus Bruno, Director Regional da Cultura

Entre 21 e 23 de Outubro de 2010, na ilha Terceira (Açores), decorreu um denominado Congresso Mundial de Ganadeiros de Toiros de Lide. No evento, foram feitos vários apelos para a legalização, nos Açores, de touradas picadas, bem como foi anunciada, pela Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, a candidatura à UNESCO da Festa Brava da Terceira como Património Imaterial da Humanidade.

Considerando que as touradas para além de não criarem riqueza e de desconceituarem os Açores aos olhos da maioria dos povos do mundo;

Considerando que as touradas em nada contribuem para educar os cidadãos e cidadãs para o respeito aos animais, para além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas;

Eu abaixo-assinado, apelo à UNESCO para que recuse a inscrição da Festa Brava da Terceira como Património Imaterial da Humanidade, o que a acontecer seria um apoio a todos os que naquela ilha pretendem incrementar os maus tratos, através da legalização da sorte de varas e dos touros de morte, e constituiria um autêntico retrocesso civilizacional.

Outubro de 2010

Nome
Local
BI ou Cartão do Cidadão
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Blogs: http://poisaleva.blogspot.com/
http://terralivreacores.blogspot.com/

Açores: Mariana Baldaya sobre Sorte de Varas - A Insistência sobre o incremento da tortura continua



Governo Regional precisa abandonar preconceitos

Mariana Baldaya, da ganadaria Rego-Botelho, defende que o Governo Regional se deve "despir de preconceitos" e avançar com a legalização da sorte de varas, "fundamental em todo o processo de afirmação da Terceira" no circuito da tauromaquia.

Na opinião de Mariana Baldaya, a Região "não deve andar a reboque das obsoletas e hipócritas leis da República".

Na sua intervenção subordinada ao tema "Os Açores entre dois continentes taurinos", aproveitou ainda para rejeitar "o lamentável exemplo da Catalunha", que determinou a proibição de touradas a partir de 2012.

Do ponto de vista de Mariana Baldaya é preciso também vontade para avançar para a real valorização do turismo taurino. "Estamos situados entre a Europa e a América, dois continentes com tradições taurinas, temos paisagens belíssimas, gente hospitaleira e uma cidade classificada como Património Mundial da Humanidade. Numa altura em que andam todos como loucos à procura de nichos de mercado para valorizar a nossa incipiente indústria hoteleira, não será correcto ignorar esta vertente", justifica.

Mariana Baldaya defende também a necessidade de todas as instituições ligadas, directa e indirectamente, à tauromaquia na ilha Terceira falarem a uma só voz no sentido do desenvolvimento de um real projeto de valorização da festa brava na ilha.

DI, 22 de Outubro de 2010

Fonte: http://acoresmelhoressemmaltratosanimais.blogspot.com/

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Carta Aberta do Prof. Paulo Borges aos Portugueses e ao Dr. Moita Flores sobre a sua petição “Em defesa da festa brava”

Terça, 21 Setembro 2010 16:40

Chamo-me Paulo Borges. Sou professor na Universidade de Lisboa e escritor. Dirijo a revista Cultura ENTRE Culturas. Tenho dois filhos. Sou o primeiro signatário da Petição “Pela abolição das touradas e de todos os espectáculos com touros”, que circula na net e em versão impressa. A petição, lançada pelo Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN), serviu de base à constituição da plataforma “Basta de Touradas”, que conta já com a adesão de 24 associações e entidades de defesa dos animais e com vários apoios de figuras públicas, nacionais e internacionais.

O Dr. Moita Flores, figura pública e actual presidente da Câmara de Santarém, lançou uma petição contra a nossa, redigida em termos que considero deveras preocupantes, vindos de uma pessoa com a sua responsabilidade cultural, cívica, social e política. Sei que se sente ameaçado pelo movimento de defesa dos animais, mas isso não justifica tudo.
No texto da sua petição chama hipócritas, histéricos, angustiados, “talibãs” e “horda de analfabetos” a todos os que são contra as touradas. Diz que chegou à idade “onde já não há paciência para ser insultado”, quando ninguém o insultou. Pelos vistos chegou à idade onde só tem paciência para insultar os seus concidadãos. Para insultar os milhões de portugueses que, por serem contra o sofrimento dos animais e contra a degradação dos homens que se divertem com isso, são considerados psicopatas, terroristas e incultos.

Fui amigo do Professor Agostinho da Silva, sou editor das suas obras e presido à Associação com o seu nome. Aprendi com ele e com muitos outros – desde São Francisco de Assis, Leonardo da Vinci e Antero de Quental a Gandhi, Peter Singer e ao XIV Dalai Lama - a defender a causa do bem de homens e animais e recordo que Agostinho da Silva dizia haver dois tipos de “analfabetos”: os que não sabem ler e os que sabem, mas não conseguem entender o que lêem. Creio que o Dr. Moita Flores se arrisca a ser suspeito de um terceiro caso, ainda mais grave: não conseguir sequer entender o que escreve. Pergunto-lhe quem dos opositores às touradas comete atentados bombistas ou pretende impor as suas ideias pelo terror e pela violência. Pergunto-lhe porque é que ser contra o sofrimento de touros e cavalos e contra a degradação dos homens que com isso se divertem é ser “analfabeto”. Sou autor de 22 livros (de poesia, ensaio, ficção e teatro) e sou professor na Universidade de Lisboa há 22 anos: os portugueses ficam a saber, pela superior inteligência do Dr. Moita Flores, que a dita Universidade contratou um “talibã” e um “analfabeto” que anda a converter ao terrorismo e à incultura os milhares de alunos que o têm tido como professor. E eu, que tive a felicidade de crescer numa família onde se desligava a televisão mal começava a dar uma tourada, fico a saber que os meus avós, o meu pai, a minha mãe, a minha irmã, o meu cunhado, a minha mulher, os meus filhos e amigos, eram e são todos "talibãs" e "analfabetos".

Não gosto de falar de mim, mas tenho de o fazer pela causa que defendo e porque isto é gravíssimo, vindo de um criminologista, de uma figura pública e de um supremo responsável político camarário. O Dr. Moita Flores insulta desavergonhadamente a maioria da população portuguesa que, como o indica um estudo recente (2007) do ISCTE, é contra as touradas. Segundo a brilhante dedução deste senhor, Portugal tem assim, a par da crise económica, mais um problema grave: a maioria da sua população é composta de desequilibrados mentais, “talibãs” e “analfabetos”.

A solução para este estado de coisas seria, segundo fica implícito no espírito da sua petição, irmos todos curar-nos, reabilitar-nos e cultivar-nos, com as nossas famílias, filhos e netos, para essas vanguardas da alta cultura que são as praças de touros, onde se descobre o sentido da vida e da existência, e se aprende a amar os animais e a natureza, aplaudindo num êxtase de alegria o espectáculo da dor e do sangue.

Desprezemos as artes, as letras e as ciências, deixemos as escolas, abandonemos as universidades, onde segundo Moita Flores ensinam “talibãs” e “analfabetos”, e vamos todos atingir a maioridade cívica, mental e cultural a gritar “Olé!” nas touradas.

Agora sem ironia: o seu texto, Dr. Moita Flores, de uma retórica literária completamente desprovida de coerência racional e apenas cheia de arrogância e insultos a quem não pensa como o senhor, confrange pela desonestidade e/ou confusão mental de que dá mostras. Pois não sabe o senhor que os defensores dos animais são contra todas as formas do seu sofrimento, incluindo essas que refere, e não apenas contra as touradas? Diz que se converteu ao franciscanismo e que São Francisco de Assis lhe ensinou o “caminho ético e moral” para educar os seus filhos e eu pergunto: já alguma vez leu as biografias de São Francisco, onde por exemplo se diz que “Chamava irmãos a todos os animais […]” (Tomás de Celano, Vida Segunda, CXXIV, 165) e se compadecia perante os sofrimentos que os homens lhes infligiam? E porque é que o “touro bravo” é uma “fera negra, símbolo da morte e do medo”? Não serão antes o toureiro e todos os aficionados que aplaudem o espectáculo da dor que são temíveis e negros símbolos – embora muitas vezes inconscientes - do pior que a humanidade traz em si? Fala do ritual trágico onde “vence a vida ou vence a morte” e eu pergunto se a evolução dos costumes não nos oferece outras formas, mais nobres, de fazer a catarse das paixões e vencer o medo, sem fazer sofrer ninguém? Não há hoje formas superiores de heroísmo, como dedicar-se às grandes causas de defesa dos homens, dos animais e da natureza? Não é isso mais benéfico, útil e urgente do que a religião cruel das touradas, anacrónica persistência dos arcaicos sacrifícios sangrentos? E não é uma grosseira mistificação identificar os opositores das touradas com a cultura urbana, quando há quem deteste touradas em todos os pontos do país, incluindo no Ribatejo e no Alentejo? Para já não falar da sua patusca ideia de que nós defendemos a “ditadura do ‘hamburger' urbano” (!?...) e de que é pelas touradas que se defendem os “Direitos do Homem”, dos animais e da “Terra”… Sinceramente, Dr. Moita Flores, o que há de lógico e sério nisto? Defendem-se os animais criando-os para os torturar? O touro bravo tem de ser torturado numa arena para continuar a existir e com ele os montados? Fala por fim da identidade nacional, da preservação da memória histórica de Portugal: triste identidade e triste país que depende de manter tradições eticamente inadmissíveis para subsistir! Pois eu digo-lhe: Portugal será muito mais motivo de orgulho para os portugueses, e muito mais respeitado internacionalmente, quando, após ser pioneiro na abolição da pena de morte, abolir as touradas e todas as formas de sofrimento animal. Portugal não desaparecerá, mas será um outro Portugal, que manterá na sua riquíssima tradição e cultura tudo o que for ético, relegando para os museus do passado a não repetir tudo o que hoje nos envergonha, como autos-de-fé, esclavagismo, perseguições político-religiosas e touradas.

Esta carta dirige-se a si, mas sobretudo a todos os Portugueses. Leiam-se as duas petições, o espírito, a argumentação e os objectivos de uma e outra, e vejamos o que queremos de melhor para o país, para nós e para as futuras gerações: aplaudir como cultura a tortura dos animais para divertimento dos homens, com prejuízo da sua humanidade e sensibilidade ética, ou dar um passo corajoso para abolir esta e todas as formas de fazer sofrer os animais, nossos companheiros na aventura da existência, em prol do seu bem e da nossa evolução pessoal e colectiva.

E vejamos quem queremos ter como representantes. É muito grave que num Estado de direito as forças policiais não sejam capazes de ou não queiram fazer cumprir a lei, como no recente caso da morte do touro em Monsaraz. Como é muito grave que uma figura como o Dr. Moita Flores desrespeite e insulte impunemente os seus concidadãos que, por imperativo de consciência, não pensam como ele. Está na hora de dizer “Basta!”: às touradas, a todas as formas de infligir sofrimento a homens e animais e a uma geração de políticos que coloca os seus duvidosos gostos pessoais, bem como os interesses de grupos minoritários, acima da sensibilidade maioritária da população. Está na hora de surgir uma nova geração, com um novo paradigma, que traga a ética para a política e assuma numa mesma bandeira a defesa dos homens, dos animais e da natureza.

Está na Hora! Basta!


Paulo Borges
Lisboa, 21 de Setembro de 2010

Fonte: PAN

domingo, 17 de outubro de 2010

Dinheiros Públicos patrocinam Touradas!

Em tempo de crise um milhão de Euros para promover a Tauromaquia.

O MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal, denuncia agora e em tempo oportuno aquilo que sempre criticamos: O uso dos nossos impostos para patrocinar um espectáculo degradante em que o homem maltrata cruelmente os animais. 

A comunicação social, vem denunciando ao longo das ultimas semanas o dinheiro mal gasto por diversos organismos públicos, sem no entanto referir que só no ano de 2009 pelo menos cerca de 1.000 000 (um milhão) de Euros foram gastos, dos cofres do érario publico, em espectáculos tauromáquicos, por meio de contratos de ajuste directo.  

Num Portugal em que a crise está para ficar, onde há fome e o desemprego aumenta diáriamente, continuam alguns a gastar dinheiros públicos sem quaisquer escrúpulos, para o gáudio de um público sedento de ver sangue, tortura e morte de animais.

A Câmara Municipal de Elvas gastou mais de 75.000 Euros, dos quais 65.600 Euros para a aquisição de uma Praça de Touros desmontável para Vila Fernando, também o Município de Portel gastou 74.600 Euros para a compra de uma Praça de Touros amovível, no Alandroal o município gastou 40.000 Euros no aluguer de touros e contratação de Cavaleiros tauromáquicos, dos 92.000 Euros gastos na Azambuja mais de 76.000 foram gastos na aquisição de bilhetes para duas corridas de touros.

Mas os piores exemplos são os de Angra do Heroísmo, que através da Culturangra EEM gastou mais de 275.000 Euros em touradas, a maioria deste dinheiro nas Sanjoaninas de 2009 e da Câmara Municipal de Santarém que só na aquisição de bilhetes para oferta para Touradas e Espectáculos Tauromáquicos dispendeu 168,000 Euros!

Estas ou outras autarquias também gastaram milhares de euros em cada um dos seguintes casos: Na aquisição de ar condicionado para um núcleo tauromáquico, na compra de livros de toureiros, em contratação de touradas, nos cartazes para anunciar as corridas de touros.

A lista poderia continuar num sem fim de casos de outros eventos que directa ou indirectamente serviram para promover o maltrato animal.

É caso para dizer Basta! Não chega que a maioria da população portuguesa condene as touradas? Até mesmo aqueles que são indiferentes não o podem ser quando um País em crise tem indivíduos que fazem mau uso do dinheiro que lhes é atribuido pelo Estado e todos somos penalizados.

Não queremos que o nosso dinheiro seja manchado de sangue inocente. Assim, vem o MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal, solicitar ao Governo que seja posto um fim a este tipo de situações, solicitando a imediata revisão do Código dos Contratos Públicos (CCP) por forma a impedir a subvenção da Tauromaquia, seja por ajuste direto, como nos casos referidos acima, ou por concurso público.

Porto, 17 de Outubro de 2010
MATP – Movimento Anti- Touradas de Portugal




Não quero ser cúmplice!
Basta de Touradas, com os meus impostos não!
Quero Assinar a Petição contra touradas.

Senado espanhol rejeita moção para proteger as touradas!

MADRID, 7 Out 2010 (AFP)

O Senado da Espanha rejeitou uma moção apresentada pelo Partido Popular (PP), principal partido de oposição, para proteger as touradas no país, após a proibição regional aprovada na Catalunha.

A moção apresentada pelo porta-voz do PP no Senado, Pio García-Escudero, pretendia transformar as touradas em um "bem de interesse cultural com caráter etnográfico".

Também pretendia iniciar as gestões para tentar incluir as touradas na lista do "patrimônio cultural internacional" da Unesco.

Mas o texto foi rejeitado por 129 votos contrários e 117 favoráveis.

O voto dos deputados socialistas, ligados ao chefe de Governo José Luis Rodríguez Zapatero, foi fundamental para a rejeição do texto.