domingo, 31 de julho de 2016

Proteste pela realização de uma tourada na Ribeira de Pena



Da Associação dos Amigos dos Animais de Chaves:

Escreva ao Sr. Presidente da Câmara de Ribeira de Pena para protestar pela realização uma tourada no próximo dia 6 de agosto. Sugerimos esta carta:


Para: rui.alves@cm-rpena.pt

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena

Tomo a liberdade de escrever a V. Exa. depois de ter tomado conhecimento de que no próximo dia 6 de Agosto está prevista a realização de uma tourada no âmbito da Feira do Linho, noticia que me desagrada, entristece e preocupa.

Dito isto, quero acreditar que o Sr. Presidente da Câmara não está a par da contestação crescente a este tipo de espetáculos, por envolver sofrimento animal com fins recreativos, algo considerado inaceitável no século XXI.

Recordo-lhe que diversas cidades de Portugal e Espanha (como Viana do Castelo ou Barcelona) têm vindo a proibir a realização de touradas. Muitas dessas cidades tinham fortes tradições tauromáquicas, o que nem sequer é o caso de Ribeira de Pena.

Gostaria de pedir a V. Exa. que reconsiderasse esta situação e que cancele este evento que envergonha não só Ribeira de Pena, mas toda a região de Trás-os-Montes e claro a imagem de Portugal, refletindo uma situação de atraso cultural e contrastando com o movimento anti tourada que tem vindo a ganhar terreno no mundo civilizado.

Mais do que nunca, a época em que vivemos precisa de promover a paz e não a violência. Seja ela contra pessoas, animais ou natureza. Confiando que V. Exa. tomará a decisão de cancelar esta tourada e de não promover mais nenhuma, despeço-me cordialmente.

Muito respeitosamente,
De V. Exa.

Nome:
Cidade/País:


Assine também a petição:
Petição para abolição de tourada em Ribeira de Pena




sábado, 23 de julho de 2016

As touradas e o nosso dinheiro



Andam a brincar às touradas com o nosso dinheiro

O que se passa neste país falido, de pessoas falidas, de empresas falidas, com um Estado falido e com Câmaras Municipais falidas relativamente ao apoio que se dá ao massacre de touros (peço perdão - dizem os aficionados que é uma nobre arte - digo eu "vão dar sangue" e não o tirem a quem não se pode defender) para regozijo e beneficio de meia dúzia é uma pouca-vergonha. E não me venham com a história da tradição, do retorno, da treta que dá emprego a muita gente porque estamos a falar de valores pornográficos numa época de vacas magras. Querem ver, ou melhor, ler?

Estremoz vai gastar 2,5 milhões de euros para remodelar a praça de touros, 80% deste dinheiro provem de fundos europeus do programa FEDER. Repito: DOIS VIRGULA CINCO MILHÕES! Pergunta: não existirão necessidades prementes, sociais quiçá!, em Estremoz para além desta empreitada? E a existirem não deveriam ter, no mínimo, igual consideração?

A C.M da Azambuja gasta 600 mil euros para renovar praça de touros. A C.M. de Vila Franca de Xira só em 2011 gastou em tauromaquia a quantia de 4.447.271 euros! Imagino o que não terá sido gasto ao longo de vários anos. Será possível que ninguém fale disto? Ninguém questiona a utilização de verbas de valor astronómico? Andamos nós a tapar os buracos financeiros da Câmaras que devem dinheiro a tudo o que é fornecedor levando milhares de empresas à falência e milhares de pessoas ao desemprego, para estes senhores andarem a gastar no pagode?

A C.M de Santarém ao longo de vários anos tem gasto milhares de euros na compra de bilhetes para touradas, 150 mil euros só em 2009. O mesmo aconteceu em 2010 e 2011. Também em 2009 a mesma Câmara gastou nove mil euros na compra de 200 exemplares do livro "João Patinhas - Um forcado". Tudo feito através de ajustes diretos. Nove mil euros em João Patinhas? Chamem o Tio Patinhas para gerir estas Câmaras por amor de Deus.

Outro exemplo asqueroso: entre 2004 e 2010 o Governo Regional do Açores, o Município de Angra do Heroísmo e a empresa municipal "Culturanga" gastaram mais de 2.600.000,00 euros em apoios à tauromaquia.

Já em 2012 a Direção Regional do Turismo subsidiou o II Fórum Mundial Taurino com 75.000,00 euros. Sim - 2012 - o annus horribilis da nossa economia, com milhares de pessoas a passarem dificuldades extremas, desempregadas, a perderem a casa, os bens e a esperança, atoladas em dividas num desespero asfixiante. Mas para as touradas não pode faltar, não. Nunca.

Mas o escândalo continua a nível europeu com os contribuintes de todos os estados membros a pagarem subsídios aos ganadeiros de touros de lide. São milhões todos os anos e sempre os mesmos a receber. Famílias inteiras de ganadeiros e toureiros recebem subsídios entre os quais se encontram os Telles, os Núncios, por exemplo, ganadeiros como os Palhas, Infante da Câmara, Murteira Grave, etc. Neste último caso - Murteira Grave - recebe como ganadeiro e também recebe como uma empresa denominada Grave Empresa Unipessoal, Lda.

Estes dados, embora disponíveis em diversos websites governamentais, camarários e europeus são do total desconhecimento do comum dos mortais, ou da larga maioria. Sou anti-touradas. Abomino-as. Causa-me repúdio saber que em 2012 ainda habita neste planeta alguém capaz de aplaudir de pé o sofrimento de um animal. Mas isto que acabei de relatar não tem nada a ver com touradas. Isto é uma tourada.

Tiago Mesquita
09.03.2012
WWW.EXPRESSO.PT
Fonte: aqui.



sexta-feira, 15 de julho de 2016

Mais uma vítima da tauromaquia



Sobre a morte de um toureiro em Espanha

Há 30 anos que não era morto um toureiro na arena em Espanha, e mesmo noutros países os mortos são também muito raros, pelo que o efeito desta nova morte será sem dúvida bastante limitado. Não entanto, são algo mais frequentes os casos de ferimentos graves em toureiros e em conjunto eles transmitem à sociedade a ideia do absurdo que é colocar em risco vidas humanas só para a realização dum espectáculo, para além de que na própria natureza desse espectáculo está a tortura e a morte sistemática de animais, o que também fere a sensibilidade de muitas das pessoas.

Em Espanha estamos a ver enormes contradições na sociedade devido ao facto de oficialmente as touradas serem consideradas legais e legítimas, apoiando a opinião de uma minoria enraizada numa determinada tradição, enquanto a maioria da população espanhola vê as touradas simplesmente como um crime contra os animais, não percebendo como as touradas podem ser uma excepção nas leis que criminalizam o maltrato animal. Assim, assistimos actualmente de um lado à "glorificação" da morte do toureiro por uma parte da imprensa espanhola defensora das touradas e por outro lado à "radicalização" de sectores sociais que criticam as touradas e que utilizam uma linguagem cada vez mais violenta.

No MATP entendemos que esta situação de crescente violência e confronto social só pode ser resolvida com a proibição definitiva das touradas e a sua substituição por espectáculos sem violência, que estejam de acordo com o sentir e a realidade do nosso tempo.

Em Portugal assistimos exactamente ao mesmo fenómeno, com determinados partidos políticos a exercer um bloqueio institucional para impedir a ilegalização das touradas, que também aqui são uma excepção nas leis que criminalizam o maltrato animal. No nosso país as touradas são também uma indústria em profundo declínio mantida unicamente à base de subsídios públicos. E assistimos igualmente a um confronto social entre aqueles que defendem o seu negócio e a sua tradição anacrónica e uma crescente maioria da população portuguesa, cada vez mais farta das touradas, que não percebe como é que animais podem ser torturados impunemente e ainda por cima utilizando o dinheiro dos seus impostos.

Em Portugal, como em todo o mundo, as touradas estão a chegar ao fim. De facto, esse fim já teria chegado se as touradas não recebessem subsídios públicos e não tivessem determinados apoios políticos. Unicamente não nos é possível dizer quando chegará esse fim, que adivinhamos próximo.

No MATP, interpretando o crescente sentir da sociedade, lutamos para conseguir uma sociedade sem violência contra os animais e as pessoas, onde a tortura e a morte sejam o mais rapidamente possível banidas de qualquer tipo de espectáculo.